Carta para minha avó

Bênção, vovó.
(Sou capaz de ouvir sua resposta amável de sempre dizendo
“Deus te abençoe, minha princesa. Jesus que te ilumine!)
Como a senhora está?
Acredito que bem, de verdade.
Tenho essa fé de que vamos para um lugar melhor,
onde continuamos a plantar o bem e colher amor.
Assim como a senhora fazia por aqui.
Espero que a senhora tenha recebido minhas orações e também que não se entristeça quando,
vez ou outra, as lágrimas (teimosas como sua neta) insistem em cair.
Eu senti seu cheiro um dia desses e tive a certeza de que veio me visitar.
Obrigada, vovó.
Sei que a senhora gostaria de ter trazido bolo e pão de queijo, mas o abraço invisível me bastou.
E foi mais que o suficiente.
Continuamos sentindo sua falta e o ainda difícil é passar na porta da sua casa.
A saudade dói, mas acho que é devido ao amor ser grande demais, aí os dois acabam discutindo e,
na luta por espaço, um acaba apertando enquanto o outro transborda.
Gostaria de escrever mais, mas as palavras voam quando o coração consegue falar mesmo em silêncio.
Torço para que a senhora esteja vivendo rodeada de flores,
que tenha vizinhos amigáveis e esteja feliz, em paz.
Aposto que vive rezando por nós, mas não se preocupe, pois estamos todos bem.
Continuo tapando a orelha com o cabelo para não entrar bicho no ouvido
enquanto durmo e batendo os sapatos antes de calçá-los.
Gosto de ver vídeos do Padre Léo quando é possível e
entendo ainda mais por que a senhora gostava tanto dele.
Me pergunto se já teve a oportunidade de conhecê-lo - espero que sim.
Enfim, não vou mais tomar o seu tempo, vovó.
Só quero dizer que te amo incondicionalmente.
Nossa despedida temporária me fez entender
que é verdade quando dizem que o amor nunca morre.
Que alegria por isso.
Até qualquer dia, vovó.
Bênção. Fique com Deus.
Assinado: sua princesa.

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